terça-feira, 28 de agosto de 2007

Magnólia

O que dizer de um filme em que nove historias diferentes são costuradas durante mais de três horas. Se tivessem me dito isso antes de eu pegar o filme talvez nunca o teria encarado, porem, escrevo com toda a certeza que não me arrependo de tê-lo assistido – duas vezes seguidas – e o listo no TOP 20 dos meus filmes de cabeceira.

Magnólia é mais do que um filme é um emaranhado de narrativas humanas profundas que retratam a fragilidade do ser. Os planos seqüência costuram todas as historia fazendo os personagens bailarem rapidamente em seus conflitos. Paul Thomas Anderson, diretor, roteirista e produtor do longa dá uma aula ao linkar todas as histórias com elementos simples quase imperceptíveis – como a canção que todos cantam ao mesmo tempo em lugares diferentes e o castigo final que vem em forma da chuva mais psicodélica da história do cinema – e não deixa que o espectador se perca nos diversos núcleos narrativos, pois a todo momento faz com que a historia remeta-se ao um fato anterior da trama ajudando assim a transformar o longo tempo de duração do filme em uma experiência quase imperceptível. Thomas Anderson tem ainda outro mérito a ser creditado, conseguir extrair de Tom Cruise uma das melhores interpretações de sua carreira. Ele encarna o excitado Frank Mackey – uma espécie de guru sexual facisto-machista - lhe dá material mais do que suficiente não só para fazer saltar da cadeira o mais passivo espectador como também para conquistar o Globo de Ouro de melhor ator e ainda concorrer ao Oscar na mesma categoria. Por sua riqueza de detalhes o filme é para ser visto inúmeras vezes.

Em Magnólia nada é dito ao acaso e todas suas situações mesmo que pareçam as mais pífias tem uma mensagem a ser desvendada – seja o carbono como elemento universal, seja uma passagem bíblica maquiada que explica muita coisa, ou até um menino rapper sem escrúpulos e sem culpa ou ainda pelas três histórias bizarras contadas nos primeiros minutos do filme – com destaque especial para o suicídio falho que se revela um assassinato sensacional.

Thiago Lira

2 comentários:

Unknown disse...

COMO ASSIM!!!??? Isso aqui está rolando desde a semana passada e SÓ agora eu fico sabendo??? Peterso vai levar um puxão de orelha enoooooooooooooooorme!!!

Sobre o post: Eu adorei este filme, e se puder adicionar uma crítica, diria que o filme beira o non-sense dramático.... e é por isso que o faz bom.

Mas o que ARREBENTA mesmo é a trilha-sonora. Achei, Uber injusto vc excluir isso do seu post...

Abração!!!

Thiago Lira disse...

Tem razão, faltou alguma coisa sobre a trilha.